No início a caixa era preta.

Há alguns anos atrás tive o prazer de participar de uma oficina ministrada por Castanheira, cenógrafo Português genial, que com sua serenidade foi nos levando pelo universo dos cenários com a proposta de quebrar a quarta parede.Virei fã, instatâneamente.
Castanheira, ouso em dizer, tem um processo criativo com pinceladas de um lirismo pictórico, ele expressa suas  primeiras idéias livremente atravé de desenhos e aquarela sob tela, depois produz suas maquetas dando a prévia de uma execução ousada desde transparências à desnivelamentos.
Ele quer conceber o cenário perfeito, aquele que faz os atores se sentirem dentro da dramaturgia.
O cenário que se envolve , que sente, que encanta, que ilude e o espectador jura que tudo aquilo é realidade e que a vida pode ser efêmeramente um grande espetáculo.

Na foto: Castanheira, Alessandra , Zélia , Amaro, Gisele  e nossa Maqueta  para 

O cerejal ,de Anton Tchekhov

Recomendo:
           Livro sobre sua obra, Scenographies 1973 / 1993
          
           "Nunca saberemos em definitivo se uma casa qualquer está no mundo ou se o mundo nela "
                                                                                                                       J.M.Castanheira.